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Os problemas de um astro pop pré-adolescente

Leia entrevista com Teddy Wayne, autor de The Love Song of Jonny Valentine, publicada pelo jornal Folha de S. Paulo

Check an interview with Teddy Wayne, the author of The Love Song of Jonny Valentine, published by Folha de S. Paulo newspaper

 

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Filosofia à altura do chão

Texto sobre o livro Examined Lives, de James Miller, foi publicado na edição 664 da revista Carta Capital

Uma tradução para o português será lançada pela Rocco no primeiro semestre de 2011.

 


 

Filosofia à altura do chão

Examined Lives – From Socrates To Nietzsche

James Miller

FSG, 422 págs., US$ 28

Quando decidiu escrever sobre a vida de 12 filósofos, James Miller caminhou na contramão. “Nos Estados Unidos, o currículo clássico foi escanteado. O ensino contemporâneo da filosofia ignora a trajetória dos pensadores e o contexto histórico das obras filosóficas”, escreve Miller em Examined Lives. Para ele, a relação atual com a verdade se dá apenas sob o esquadro da ciência e da religião.

Tal como Michel Foucault, sobre quem escreveu uma biografia, Miller é adepto do entendimento da filosofia como meio de vida, não apenas como o estudo dos elementos gerais do mundo. Ele resgata a convicção dos gregos e romanos de que o discurso filosófico origina-se de escolhas existenciais. Para o autor, a experiência exerce grande influência na constituição das teorias. Por isso, uma proposta filosófica tem de ser analisada sabendo-se quem é o proponente.

Os filósofos de Examined Lives são Sócrates, Platão, Diógenes, Aristóteles, Sêneca, Santo Agostinho, Montaigne, Descartes, Rousseau, Kant, Emerson e Nietzsche. A dúzia de pensadores tem um traço comum: a luta para viver sob um conjunto de preceitos. A obra de Miller inspirou-se em As Vidas de Nobres Gregos e Romanos, de Plutarco, e Vidas de Filósofos Ilustres, de Diógenes Laércio. “O meu objetivo foi apresentar o arco de uma trajetória e não digerir doutrinas”, afirma.

Indiretamente, as 12 breves biografias registram como a filosofia tem mudado durante os séculos. Sócrates (469-399 a.C.) foi eleito o modelo supremo de virtude. Não existe incoerência entre as suas palavras e ações. Até o surgimento da filosofia moderna, a narração sobre as trajetórias dos pensadores os retratou como criaturas imateriais, imortais e imutáveis. Santo Agostinho e Montaigne superaram essa noção porque mostraram o homem como um ser em permanente construção. Os filósofos ganharam carne e osso.

Considerado inventor dos ensaios nos quais descreveu a si mesmo, Montaigne (1533-1592) foi radical. Rejeitou um perfeccionismo moral que resultaria em sentimento crônico de culpa. Ele se esforçou para exercer um julgamento tranquilo em relação às próprias falhas e às dos outros.

Montaigne teve uma atitude contrária à de Nietzsche (1844-1900). O autor de Assim Falou Zaratustra preferia ler Diógenes Laércio a estudar obras filosóficas. Nietzsche praticou, segundo Miller, o autoexame punitivo, ensinado pelo pai luterano e agravado pelos pensadores antigos, obcecados com a busca da verdade. De fato, Nietzsche não foi um exemplo de boa vida. – Francisco Quinteiro Pires, de Nova York