Os anos de formação de uma rainha

O período de Aretha Franklin na Columbia Records, entre 1960 e 1967, é o da transformação de uma adolescente em uma artista de emoções profundas. Aretha tinha 18 anos quando chegou a Nova York, onde a Columbia funcionava. Ela queria alcançar as massas. Mas teve de esperar sete anos pela transferência para a Atlantic Records, onde realizou esse desejo. Em 1967, ela lançou I Never Loved a Man The Way I Love You, disco com o qual se tornou a rainha da soul music.

Antes da fama estelar, ela exercitou a sua versatilidade vocal. Caixa com 11 CDs, Take A Look: Aretha Franklin Complete on Columbia (US$ 130) mostra os anos de formação de um gênio musical. Os sete álbuns originalmente gravados na Columbia são apresentados na íntegra. O DVD Aretha ’64! Live on The Steve Allen Show exibe Aretha cantando e tocando quatro composições ao piano em 1964. A Bit of Soul, de 1965, é divulgado pela primeira vez com base na gravação master.

O nascimento de Aretha foi possível à base de muito jazz, blues, R&B e standards. A cantora chegou à Columbia pelas mãos do produtor John Hammond. Considerado um purista, ele acreditava que Aretha era uma das maiores vozes do jazz desde Billie Holiday. Mas a gravadora entendia a sua contratada como uma intérprete flexível, capaz de alcançar um público mais amplo. Aretha tinha a mesma crença e pediu outro produtor. Veio Robert Mersey, autor de arranjos mais populares.

Mersey produziu o disco em homenagem à Dinah Washington (1924-1963). Em 1964, ela trocou mais uma vez de produtor. Por sugestão de Mersey, trabalhou com Clyde Odis, que produzira os discos de Dinah. Odis é autor da música Take a Look, que dá nome à caixa e a um dos discos com sessões de estúdio, lançadas pela primeira vez nesse formato. O outro CD inédito é Tiny Sparrow: The Bobby Scott Sessions.

Scott foi o profissional da Columbia que melhor entendeu o estilo de Aretha. “Ela é capaz de esculpir, embelezar e expandir as canções que interpreta.” Em meados dos anos 1960 era inevitável que a cantora procurasse o sucesso em outro lugar. The Queen in Waiting contém as últimas gravações da intérprete, conduzidas por Bob Johnston, então trabalhando com Bob Dylan. Os anos de amadurecimento se completaram.

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