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Leia a seguir texto sobre Pilgrimage, novo livro da fotógrafa americana Annie Leibovitz. Publicado pelo caderno Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo de 1 de janeiro de 2012.
Check a piece about Pilgrimage, Annie Leibovitz’s new book. Published by Folha de S. Paulo on January 1st 2012.
Fotógrafa Annie Leibovitz viaja pelos EUA em livro
FRANCISCO QUINTEIRO PIRES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE NOVA YORK
Prestes a completar 40 anos de carreira, Annie Leibovitz encontrou o fundo do poço. Ela percebeu em 2009 que tanto sua criatividade quanto sua conta bancária haviam zerado.
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Apesar da trajetória bem-sucedida, durante a qual retratou celebridades e, assim, se tornou uma delas, a fotógrafa acumulou dívidas milionárias. Os seus dias se resumiam a reuniões com advogados e contadores.
“Foram tempos difíceis”, disse Leibovitz em evento em Nova York, no último dia 15, sobre “Pilgrimage”, seu novo livro. “Vi que precisava me salvar, descobrir se havia algo mais dentro de mim.”
Ao levar as três filhas às cataratas do Niágara, nos EUA, a fotógrafa se impactou com o encanto das crianças. “Elas lembraram a necessidade de enxergar com novos olhos”, disse. “Passei a fazer listas malucas sobre lugares que eu e Susan [Sontag, sua companheira] queríamos visitar.”
O resultado é “Pilgrimage”, uma volta ao passado que lhe indicou o próximo passo. “Esse é um começo ou um fim?”, ela se perguntou.
Leibovitz e a ensaísta Susan Sontag planejaram um livro para registrar suas viagens. O projeto não vingou. Sontag morreu em 2004, mas permaneceu como mentora intelectual da fotógrafa.
“O critério desse trabalho é simples: queria ser seduzida pelo que encontrasse nas minhas visitas.” Leibovitz viajou com um equipamento reduzido e fotografou casas, objetos, paisagens sem a encenação adotada em retratos.
Por ser filha de um oficial da Força Aérea, teve uma vida nômade. Enquadrava o mundo a partir das janelas do carro da família. “Me sinto em casa se estou na estrada.”
Ela visitou lugares essenciais da história dos EUA, como Gettysburg, campo de batalha da Guerra Civil, e Graceland, mansão de Elvis Presley. Foi às casas de Emily Dickinson, Georgia O’Keeffe, Thomas Jefferson, Virginia Woolf e Sigmund Freud.
Para ela, as paisagens, os imóveis e os objetos de “Pilgrimage” são como fotos de pessoas. “Elas representam histórias individuais.”
Consagrada por retratar celebridades, Leibovitz trabalhou quase sempre sob encomenda. Suas imagens mais célebres foram publicadas nas revistas “Rolling Stone”, “Vanity Fair” e “Vogue”.
Ganhou fama de obcecada por estudar a vida e a obra dos retratados.
Em “Pilgrimage”, porém, contrariou essa obsessão. “Não perdi tempo. Se mergulhasse nas histórias, talvez não saísse mais delas. Queria a emoção instantânea.”
Pilgrimage
Autora Annie Leibovitz
Editora Random House
Quanto US$ 50 (cerca de R$ 93, na Amazon.com)